O diretor executivo da companhia Bradesco Vida e Previdência,Eugênio Velasques, esteve em Belo Horizonte no dia 27 de setembro a convite do CSP-MG para participar do evento que debateu o tema:“Microsseguros – a hora e a vez do Brasil”.
Na ocasião, Velasques, que também preside a Comissão de Microsseguros e Seguros Populares da CNSeg, concedeu entrevistaao site do CSP-MG. Confira:
CSP-MG – A Superintendência de Seguros Privados (Susep) expediu a Portaria 4.206/11 constituindo grupo de trabalho, do qual o senhor faz parte, com a finalidade de elaborar uma proposta normativa que estabeleça regras especiais para o desenvolvimento dos microsseguros no Brasil. É possível que ainda este ano tenhamos uma proposta de regulamentação?
Eugênio Velasques – Com a disposição do Dr. Luciano Portal (superintendente da Susep), de sua equipe e do grupo recém-criado, acredito que nos próximos seis meses já teremos um instrumento infralegal para acelerar o processo de regulação do microsseguro.
CSP-MG – Além da regulamentação, existem outros entraves para a implantação dos microsseguros no Brasil?
Eugênio Velasques – Depois da regulamentação, vem uma fase natural que é de adaptação. Será o momento das pessoas começarem a romper com os seus paradigmas. Isso se refere às próprias seguradoras e também aos corretores de seguros. Teremos que nos adaptar a um ambiente regulatório novo, a um mercado totalmente diferente daquele que estamos acostumados até os dias de hoje. Para mim, esse é o principal desafio.
CSP-MG – Como deve ser a atuação do corretor de seguros neste novo cenário?
Eugênio Velasques – Eu costumo dizer que o corretor terá oportunidades únicas neste segmento. Alguns já estão até se antecipando ao novo cenário, como é o caso de um corretor de São Paulo que está montando uma rede de distribuição utilizando bancas de revista e jornais. Outro no Rio de Janeiro está investindo na formação de uma equipe própria de vendas para atuar na comunidade do Morro Santa Marta. Ao longo da história, o corretor foi o elemento que sempre levou novidades para dentro das seguradoras. Creio que agora não será diferente. Os corretores vão colocar a criatividade para funcionar e construir soluções inovadoras para esse novo ambiente de mercado.
CSP-MG – Qual será o impacto do microsseguro no mercado segurador nos próximos anos?
Eugênio Velasques – Segundo os professores Lauro Gonzales e Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no ambiente regulatório do microsseguro entrarão 100 milhões de possíveis compradores, o que impactará positivamente o mercado nos próximos 20 anos. A previsão é que a participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB) mais que dobre, saindo dos atuais 3,5% para 7,5% até 2017.